Porque para Deus nada é impossível (Lucas 1:37)

A igreja evangelizadora e missionária jamais deixara de operar milagres e prodígios, pois o Deus do impossível tem um serio compromisso com os que proclamam as Boas Novas. Os milagres são realizados por Deus com um propósito específico: glorificar seu nome e expandir o seu reino. Não esqueçamos porém, que o maior milagre que existe é a conversão de um pecador a Cristo.

No livro de Atos encontra­mos muitos milagres e maravilhas. Os milagres contribuíram para que muitos recebessem, de bom grado, a palavra pregada pelos apóstolos, entregando suas vidas a Cristo. Os irmãos da Igreja Primitiva não usaram os milagres para ficarem famosos ou ricos. A glória e a honra eram dadas a Jesus. O nome do Mestre era glorificado e a cada dia mais e mais pessoas rendiam-se a Jesus Cristo, experimentando o maior de todos os milagres, a salvação.

Por que os sinais e maravi­lhas eram tão comuns à Igreja Primitiva? Qual o segredo daque­les cristãos? Não havia segredo algum. Havia uma obediência amorosa e consciente à Grande Comissão que o Senhor Jesus confiou aos seus discípulos. Quanto mais evangelizavam e faziam missões, mais o Cristo neles operava por intermédio do Es­pírito Santo.

O mesmo não ocorre hoje com as igrejas que levam a sério o imperioso "ide" de Cristo? Leia com atenção os últimos versículos do Evangelho de Mar­cos e constate, em nossa própria realidade, o cumprimento pleno desta promessa: "E estes sinais seguirão aos que creem: em meu nome, expulsarão demônios; fa­larão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão" (Mc 16.17,18).

Vejamos, pois, o papel e as funções dos sinais e maravilhas, operados pelo Espírito Santo, na vida da Igreja.

 SINAIS E MARAVILHAS, A AÇÃO SOBRENATURAL DA IGREJA

 O milagre tem de ser visto não como algo que ficou nos tempos bíblicos, mas como um recurso que o Espírito Santo nos coloca à disposição para que glorifiquemos a Deus e dissemine­mos o evangelho de Cristo.

 1. Definição. Os sinais e maravilhas descritos na Bíblia, principalmente em o Novo Testamento, são operações extraordinárias e sobrenaturais de Deus no âmbi­to das coisas naturais. São uma suspensão das leis da natureza. Somente o que criou todas as coisas pode agir natural e sobre­naturalmente em todas as coisas, porque tudo lhe é possível (Mc 10.27).

 MILAGRES REALIZADOS NO LIVRO DE ATOS

A cura de um coxo em  Atos 3.1-9

A cura de Enéias em Atos 9.32-35

A ressurreição de Dorcas em Atos 9.36-42

Pedro é livre da prisão em Atos 12.1-12

Paulo e Elimas (o encantador) em Atos 13. 4-12

A cura de uma jovem em Atos 16.16-18

Paulo em Malta em Atos 28.7-10

 2. Objetivos do milagre. Dois são os objetivos do milagre: glorificar a Deus e expandir-lhe o Reino (Mc 2.12; Lc 5.26; Jo 11.4). Em Atos, os prodígios operados pelos apóstolos abriram-lhes as portas da Palavra, a fim de que anunciassem com poder e des­temor o evangelho. Haja vista o ocorrido na Porta Formosa (At 3.1-11). E o ocorrido em Listra? (At 14.8-18). A intervenção sobrena­tural de Deus visa também bene­ficiar o ser humano. Alguém que é curado do câncer, por exemplo, enaltece o nome do Senhor pelo favor imerecido.

O milagre, por conseguinte, não tem por objetivo criar um espetáculo. Foi por isso que o Senhor emudeceu-se e nada fez ante a curiosidade de Herodes (Lc 23.8,9). Somente os que buscam a própria glória transformam os sinais e maravilhas em um show.

Os sinais e maravilhas são operações extraordinárias e sobre­naturais de Deus com o propósito de glorificar o nome do Senhor e expandir-lhe o Reino.

 O MILAGRE NA PORTA FORMOSA

Em Atos capítulo três, Pedro e João dirigiam-se ao Santo Tem­plo a fim de orarem, quando se depararam com aquele coxo de nascença que, diariamente, era trazido ao lugar sagrado para esmolar (At 3.2). Observemos que os apóstolos subiam juntos à Casa de Deus para buscar ao Senhor. Se juntos clamavam ao Senhor, juntos estavam prestes a realizar um grande milagre.

 1. Oração e milagre. Sem oração não há poder. Moisés e Jesus, que operaram grandes e portentosos sinais, viviam em constante oração e jejum (Êx 24.12-18; Mt 4.2). Se nós obreiros desta geração quiser­mos também realizar milagres e maravilhas é mister que, juntos, à hora da oração, subamos ao templo. A mão do nosso Deus não está encolhida para efetuar o sobrenatural.

 2. Quando nem ouro nem a prata fazem a diferença. Ao ver os apóstolos, esperava o coxo receber deles alguma coisa. Todavia, declarou-lhe Pedro: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda" (At 3.6).

Hoje, há muitas igrejas ricas e poderosas. Algumas destas, porem, já não conseguem mos­trar o poder que operava nos apóstolos. Sim, elas possuem muita prata e muito ouro, mas nenhum poder. O ouro e a prata somente são eficazes quando utilizados na expansão do Reino de Deus. Caso contrário, de nada valem diante daquele que disse: "Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos" (Ag 2.8). Portanto evangelizemos e façamos missões!

 3. O milagre na Porta Formosa. O mendigo achava-se justamente na Porta Formosa do Santo Templo (At 3.2). Que contraste! Diante de toda aquela suntuosidade, um mendigo. A porta era formosa e rica, mas achava-se fechada para aquele homem enfeado pela doença e empobrecido por sua condição social.

 Mas aquela porta também não prevaleceria contra a Igreja Primitiva que, sob a palavra de Pedro, foi usada por Cristo para realizar aquele sinal que sacudiu toda Jerusalém. E o homem pôs-se a andar e a saltar de alegria, ressaltando assim a beleza da­queles frontões.

 Pedro e João oram em nome de Jesus e um milagre é realizado na porta do Templo chamada Formosa.

 O MILAGRE ABRE A PORTA DA PALAVRA

 Realizado o milagre, o que fizeram os apóstolos? Certamente não trabalharam o seu marketing pessoal nem foram abrir uma igreja independente. Sabendo que a excelência estava em Cristo e não em si, aproveitaram a ocasião a fim de proclamar o evangelho. Como tem você agido quando Deus usa-o na realização de um milagre ou prodígio? Chama a glória toda a si? Ou glorifica o Senhor da glória? Observe o modo como os apóstolos trataram o prodígio.

 A proclamação da Palavra é mais importante que o milagre. Não resta dúvida de que um por­tento fora realizado. Era notório a todos (At 4.16). Era algo sim­plesmente inegável. Todavia, os apóstolos estavam prestes a mos­trar que aquela ocasião era mais do que propícia à proclamação da Palavra de Deus. Hoje, temos muitas terças e quintas-feiras de milagres. Mas que todos os dias sejam dedicados à pregação do evangelho. O Senhor Jesus estará presente entre nós operando si­nais e prodígios diariamente.

 A proclamação da Palavra deve ser feita a tempo e a fora de tempo. É o que recomenda Paulo a Timóteo: "Conjuro-te, pois diante de Deus e do Senhor Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina" (2 Tm 4.1,2).

Por conseguinte, Pedro e João aproveitaram a oportunida­de a fim de proclamar o Evange­lho de Cristo tanto para o povo quanto para os sacerdotes. Leia com vagar os capítulos três e quatro de Atos dos Apóstolos. E veja quantas portas a pregação da Palavra foram abertas através do milagre operado pelos após­tolos na Porta Formosa. Tem você aproveitado as oportunidades para anunciar a mensagem da cruz? Ou acha que o milagre não passa de um espetáculo? É che­gado o momento de se pregar a tempo e fora de tempo que Cristo Jesus morreu e ressuscitou para salvar o pecador.

 CONCLUSÃO

Os sinais seguem aos que creem. Mas quando estes se­guem aqueles, a igreja começa a ter problemas. Vejamos, pois, os milagres e prodígios como oportunidades para anunciarmos o Evangelho de Cristo até aos confins da terra.

Por acaso não agiam assim os apóstolos de Nosso Senhor? Por que, então, agiríamos de outro modo? À semelhança de Pedro e João, declaremos com autoridade e ousadia: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazare­no, levanta-te e anda" (At 3.6).